sábado, 14 de agosto de 2010

MICROBIOLOGIA X QUÍMICA = QUALIDADE DE VIDA


JORNAL DA CIÊNCIA DIVULGA:

Micro-organismos mudam função do sistema imuneIvana Moreira escreve para “O Estado de SP”:
Estudo abre perspectiva para desenvolver alimentos benéficos
Um estudo coordenado pelo pesquisador brasileiro Mauro Martins Teixeira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), abre novas perspectivas para o desenvolvimento de alimentos ou suplementos microbiológicos como os probióticos, alimentos considerados funcionais, capazes de provocar mudanças no sistema imunológico. Pela primeira vez, um estudo demonstra como bactérias, fungos, vírus e outros microrganismos presentes no intestino, na pele e nas vias aéreas superiores modificam a função do sistema imune.
O estudo, desenvolvido por pesquisadores brasileiros e australianos, foi publicado nesta semana pela revista científica britânica Nature. “Até o momento, os estudos da área careciam de explicação efetiva para os benefícios”, explicou o professor Teixeira, que está à frente do laboratório de imunofarmacologia da UFMG.
Segundo ele, o trabalho divulgado nesta semana ajuda os especialistas a compreender como modificações na dieta ou na flora intestinal podem ter impacto no sistema imunológico de uma pessoa.
Inflamações
Em um estudo anterior, de 2004, os pesquisadores coordenados por Mauro Teixeira já haviam conseguido demonstrar que a presença dos micro-organismos é importante para a resposta inflamatória e também de dor inflamatória.
Agora, o grupo conseguiu demonstrar que um dos produtos de bactérias, os ácidos graxos de cadeia curta, atuam em uma molécula do organismo, denominada receptor GPR43, para facilitar o controle de inflamações.
”A mensagem principal é que a resposta inflamatória depende e é modificada pelo contato diário com a microbiota”, resume Teixeira. A microbiota é o conjunto de microrganismos presentes na flora intestinal, na pele e nas vias aéreas superiores.
Na medida em que comprova que o receptor GPR43 é uma das formas que um organismo vivo utiliza para facilitar e resolver respostas inflamatórias, o estudo contribuirá para o desenvolvimento de fármacos que atuem modificando o sistema imunológico.
Os testes foram feitos em camundongos. Em animais isentos de germe, ou seja, sem a ação dos ácidos graxos que atuam no receptor GPR43, as reações inflamatórias foram mais agressivas. Esses bichos ficaram mais doentes e perderam mais peso do que os que não eram isentos de germes.
(O Estado de SP, 1/11)

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